quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Memórias


Na terça recebi uma notícia que muito me entristeceu. Uma casa de 103 anos foi demolida em São Gonçalo. Poderia não ser nada de mais não fosse um fato relevante: a casa de paredes rosadas, destruída para dar lugar a uma loja de ferragens foi o berço da Umbanda, religião 100% brasileira. Aqui cai a questão da fé. Independente do credo, o prédio tem um valor histórico e cultural. O prédio era um bem nacional que deveria ter sido preservado pela população e pela prefeitura. Quando foi anunciada a demolição, não havia mais tempo hábil para tombamento. A única saída seria um decreto da prefeita Aparecida Panisset, interrompendo a obra para, então, poder-se iniciar o processo de tombamento do imóvel. A casa veio abaixo e a Excelentíssima prefeita disse que nada poderia fazer. Da parte da imprensa, o único veículo no qual li algo sobre o caso foi no jornal “Extra”, que anunciou a possibilidade da demolição e a destruição do imóvel. Uma cena triste de se ver.

                                                      Bruno Gonzales/ EXTRA

 E lá se foi por terra mais um pedaço da história do Brasil. História essa que em São Gonçalo não é conservada e difundida. De acordo com o Inepac (Instituto Estadual do Patrimônio Cultural), a Fazenda do Engenho Novo é o único bem construído pelo homem tombado na cidade. São Gonçalo não é uma cidade turística e com esse tratamento dedicado ao patrimônio público, talvez nunca venha a ser. É uma pena para os moradores da cidade que perdem em renda e visibilidade. E uma pena a toda uma legião de brasileiros que tem sua história transformada em escombros pela incapacidade de se por em prática uma palavra simples: PRESERVAÇÃO.
Saiba mais sobre a história da Umbanda aqui.

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