domingo, 25 de abril de 2010

Conversa Fiada

"Eu quero mais é me abrir e que essa vida entre assim, como se fosse o sol desvirginando a madrugada"


Windows microsoft word. Novo documento de texto. A página em branco se abre na tela. O cursor pisca uma; pisca duas; pisca três vezes. Infinitas vezes pisca o cursor a espera das palavras.
Na cabeça, mil ideias pipocando, mil vozes falando, mil sons ecoando. Respiro fundo, posiciono os dedos sobre o teclado e espero. Espero até que meus dedos sejam fisgados pelas ideias, em meio à tormenta que assola o mar dos meus pensamentos.
Fecho os olhos e procuro a paz como um cão faminto procura algo que lhe saceie esta mesma fome que mata, que perturba, que enlouquece. Eu tenho fome. Fome de paz, fome de mim. Quero me encontrar em algum canto escuro da minha mente para poder aplacar esta mesma fome que me mata, me perturba, me enlouquece.
Eu tenho fome. Fome de paz, fome de mim.


Preciso de uma informação. Alguém sabe como chegar ao sucesso e à felicidade? E à satisfação, pura e simples, síntese de todo o resto? "Pega o primeiro retorno à sua direita e vire na terceira rua à esquerda. E vê se não erra, para não ter que fazer tudo de novo."
Quem dera fosse simples assim.
Descobri que estou no curso errado - pelo menos acho que descobri -, mas também não sei qual é o certo. Estou no jornalismo desde 2007. De lá para cá, tranquei um período, em outro fiz poucas matérias, para conciliar com o curso de museologia - que larguei por completa imaturidade, para não dizer idiotice -, por último, transferi para a universidade onde estudo atualmente que, gentilmente, me "roubou" dois terços das matérias que havia cursado até então.
Hoje, depois de três anos de curso, ainda estou no terceiro período, à procura do primeiro estágio e desiludida com as escolhas que me trouxeram aonde estou. Tenho pensado em trancar a faculdade por mais um período. Trabalhar, fazer uns cursos diferentes, começar a fotografar, viajar...
Minha prima acha que essas coisas não vão me levar a lugar nenhum - mas se eu não sei para onde estou indo, como vou chegar a algum lugar? Meus pais acham que já está mais do que na hora de começar a ganhar meu próprio dinheiro e querem que eu passe em algum concurso público. Eu acho que preciso fazer isso. Para me conhecer melhor, rever certas coisas, expandir meus horizontes ou só para dizer que fui até o fim com alguma coisa que quis fazer.
Não sei até que ponto essas minhas ideias são genuínas e a partir de onde elas se tornam meras influências hollywoodianas provocadas por uma vida de pouco estudo e muitas tardes de pipoca com guaraná.
Não sei até que ponto realmente vou me conhecer com isso e a partir de onde essas ideias, colocadas em prática, representarão mero desvio na minha estrada profissional.
Preciso de uma informação. Alguém pode me indicar um bom terapêuta?



--> Música da semana: Não dá mais pra segurar - Gonzaguinha

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Conversa Fiada

"E que é preciso, mais que nunca, prosseguir"


Quando paro para olhar para trás - algo que tenho feito bastante ultimamente - percebo que a Lívia que um dia eu fui se perdeu em algum lugar no tempo. Tenho a impressão de que, pelo caminho, a menina cheia de utopias, que queria conhecer o mundo e mudar nele o que houvesse de errado tomou decisões diferentes das minhas e seguiu por outra estrada.
Se a Lívia de 15 anos visse hoje a de 21, certamente não a reconheceria. Aquela primeira, de alguns anos atrás, jamais debruçaria à janela para ver a banda passar à espera de que a vida a alcançasse, de repente, trazendo-lhe tudo aquilo pelo que anseia. A atual, porém, desiste da luta antes mesmo de subir ao ringue pelo simples medo da derrota.
Ao ver uma amiga entregue à mesma inércia em que me encontro, sou capaz de oferecer conselhos e fazer críticas com a voz da experiência de uma senhora que conquistou tudo pelo que lutou. Jesus disse certa vez aos seus discípulos - e é bem verdade - que é mais fácil ver a farpa nos olhos do próximo do que perceber a trave que cega os nossos.
"Ela fica esperando que a vida lhe dê tudo de mão beijada."
...
De repente, com uma clareza ofuscante, me vejo debruçada sobre um parapeito, ao lado da tal amiga, observando a vida, que desfila alegre diante de nós que permanecemos apenas observando, por não sabermos dançar conforme a música.
No meio da multidão reconheço aquela Lívia de uns anos atrás que, dançando, me convida a seguir com ela. E eu vou. Um pouco tímida, pois sempre me faltou uma certa maleabilidade, um pouco de ritmo.
Será que um dia eu acerto os passos?


--> Música da semana: Diga lá, coração - Gonzaguinha

quinta-feira, 15 de abril de 2010

É o que tem pra hoje!!!

Não pense que "É o que tem pra hoje" tomou o lugar de "Prorrogação", não. O que aconteceu foi o seguinte...pensei bem, e achei melhor falar de coisas variadas e isso não quer dizer que não irei falar nunca mais de esporte,...só expandi meus horizontes. E essa nova coluna, escrita por essa jovem aprendiz de jornalista, será só mais um canal para nos comunicarmos sobre os mais diversos assuntos. Antes, ficávamos restringidos ao esporte e agora é o que tem para hoje, ou seja, tudo sobre tudo ou sobre o nada!!! Depende do dia!!! As vezes tem, as vezes não tem!!! Espero que gostem do cardápio.

E pra hoje tem...nada! Já havia falado sobre isso no parágrafo de cima, tem dias que tem e tem dias que não tem. Fiquei tão entusiasmada em escrever algo diferente por aqui que acabei não pensando em nada, além do título. Que, humildemente...ente achei bem legal!!! Mas, na semana que vem...pois até lá acho que consigo pensar em algo a mais, além do título. Já que o título já tenho.

Ah, é bom estar livre para jogar seus pensamentos sem precisar falar sobre determinado assunto. Sem entender a fundo sobre tudo. Aqui eu também aceito sugestões. Sei lá, dá uma ideia, que eu escrevo sobre. "Fica a dica".

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Calabresa Neles!

Giulia Gomes


“Depois do Tsunami ninguém culpou o governo da Indonésia!” – essa foi uma das pérolas que “nosso”querido prefeito Jorge Roberto Silveira disse em entrevista. Dadas as diferentes catástrofes naturais, não é certo, muito menos para o responsável, ignorar a arraigada tradição de construções irregulares em morros e a ligação disso com o tamanho do desastre. Politicagem?

As famílias mortas no Morro do Bumba pagavam impostos, luz e tinham asfalto. Sacos de tijolos como presentinhos de campanha geram mais uma laje, um puxadinho. Agrado imediato aos prováveis eleitores. Ações meramente paliativas para passar o problema junto com o mandato.

Não é certo!

Mas, o que é certo?

Esse desastre em Niterói e os dias de pânico que sucederam mostraram muitas feridas da nossa sociedade como um todo. Foi um espetáculo de “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”. Choveram intenções, frágeis como os barrancos irregulares.

Todos conhecem alguém que perdeu tudo, geralmente os “trabalhadores” dos lugares que freqüentam. A princípio, a cidade se comoveu e todos ficaram de luto e mobilizados. Todo dia na TV, centrais de donativos lotadas. Foi uma semana de solidariedade intensa, junto com o luto oficial, bandeiras a meio mastro e minutos de silêncio respeitosos pelas vítimas. Agora que a vida voltou ao normal e os noticiários não são tão freqüentes, a mobilização ficou por conta de poucos gatos pingados conscientes de que as pessoas continuam desabrigadas e a comida não dura para sempre.

Nas redes sociais na internet o que não faltavam eram perguntas preguiçosas.
- Que horas os abrigos aceitam visitas?
- Recebem donativos no domingo? Não né??!!

Muitas vezes, a gente quer ajudar, mas não sabe como. Aí fica adiando a busca por informações até a consciência ficar tranqüila e se ocupar com outras coisas “mais urgentes”. O que eu vi de gente falando muito e fazendo nada! Sempre mostrando a intenção de ajudar, mas deixando para amanhã.

- Você é voluntária??
- Sou!
- Maneiríssimo!
- Por que você também não é?
- Estou muuuuito ocupado!

Eu tive a felicidade de conseguir quebrar essas barreiras do adiamento e meter a cara. Primeiro fui num colégio público no Cubango que estava abrigando cerca de 200 pessoas, 50 delas eram crianças. Não fazia idéia do que fazer! Cheguei na hora do almoço! Um vizinho meu me apresentou a uma garotinha de uns 4 anos. Ele fez uma brincadeira com ela, ela sorriu e pulou no meu colo. Parei de pensar. Quando vi estava dando comida, ajudando a escovar os dentes, reunindo as crianças para pintar e brincar. Cada sorriso mais lindo que o outro! Uns mais arredios, outros extremamente dados! Me apaixonei.



Apesar de bater uma raivinha das pessoas que falam e não fazem, me lembro que fui uma delas há pouquíssimos dias. E o rancor dá lugar a pena! Pena por essas pessoas não poderem usufruir da felicidade que agora faz parte da minha vida.

Atitudes pequenas, como correr atrás de caixas de papelão e montá-las para cestas básicas. Ou sentar no chão e separar roupas doadas por gênero e idade para facilitar a distribuição. Arrumar transporte para que os donativos cheguem ao destino. Coisas pequenas! Coisas enormes!




Continuem doando! As pessoas não deixaram de precisar porque você voltou a ficar ocupado demais.
E deixo por aqui os seguintes questionamentos: Onde mais de 10 mil pessoas desabrigadas vão encontrar casas para alugar por um “vale aluguel” de 400 reais?
Como impedir que as pessoas retornem às suas casas condenadas já que não tem para onde ir? Como evitar a revolta dessa massa de trabalhadores sem assistência e esperança?

Aguardamos os próximos comunicados do Senhor Jorge Roberto Silveira...
Ou o próximo Tsunami.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Conversa Fiada

"Um mais um é sempre mais que dois"


Minha mãe tem uma amiga chamada Maria, que é faxineira no tribunal onde ela trabalha.

Maria morava no Morro do Bumba.

Maria não perdeu a vida, não perdeu familiares, filhos, bichinhos de estimação. Perdeu amigos, vizinhos, a casa, a esperança, a alegria de viver.

Além de aproximadamente 200 pessoas, dezenas de casas, igrejas, creches, pizzarias, bares, o deslizamento que ocorreu na semana passada na comunidade do Cubango - praticamente meus vizinhos -, soterrou as esperanças de outras milhares de pessoas. Não só suas esperanças, mas também sua fé, seu suor, vidas inteiras de muito trabalho, materializadas nas casas humildes e pouco mobiliadas que, por falta de opção, foram sendo construídas ao longo dos anos sobre um antigo "lixão", há muito desativado.

Na quarta-feira acordei com minha mãe saindo para o trabalho que, desolada, me disse:

- Tá escutando esse barulho? É um helicóptero. Eles estão passando aos montes desde cedo, além das ambulâncias. O morro que Maria morava deslizou; ela me ligou cedo, aos prantos, para me contar.

Ainda sem saber o que sentir ou pensar, respondi:

- Tsc... Que merda.

E voltei a dormir.

Quando finalmente despertei, liguei na Globo News - ainda com o som dos helicópteros passando, quando em vez - e aí sim pude ver a dimensão da tragédia que, apesar de não atingi-la diretamente, abalou profundamente minha mãe.

Durante todo o dia acompanhei as notícias que eram divulgadas ininterruptamente sobre os deslizamentos que aconteceram não só em Niterói, mas também no Rio, em São Gonçalo e Deus sabe onde mais. Ainda sem saber o que pensar, assistia perplexa ao número de mortos e desabrigados que aumentava a cada bloco dos jornais ou a cada clique do mouse.

À noite, conversando com minha mãe ela me disse para nunca perder nenhuma oportunidade que eu tivesse de fazer o bem a alguém. E explicou: em dezembro de 2008, o grupo espírita que frequentamos recebeu doações excessivas de brinquedos no Natal e acabaram sobrando alguns presentes que ela resolveu dar à Maria - sua amiga do início do texto - para que ela os levasse à sua comunidade, no Morro do Bumba, para distribuir às crianças que ela tanto amava. Foram vinte e cinco brinquedinhos novos que Maria teve a oportunidade de presentear a vinte e cinco crianças e fazer o Natal delas um pouco mais feliz.

Em dezembro do ano passado, quando se aproximava o Natal, Maria perguntou à minha mãe se, mais uma vez, havia sobrado presentes. Infelizmente, em 2009, a fartura não foi tanta. Minha mãe, porém, decidiu doar os brinquedos ela mesma e assim o fez. Mandou para Maria os vinte e cinco presentes, além de material para fazer um bolo e alguns refrigerantes e pediu à sua amiga que reunisse as crianças e cantasse, com elas, parabéns para Jesus. Foram vinte e cinco brinquedinhos novos que Maria teve a oportunidade de presentear a vinte e cinco crianças e fazer o Natal delas um pouco mais feliz.

Na quarta-feira soubemos que para treze dessas vinte e cinco crianças aquele foi o seu último Natal.

Ainda sem saber o que pensar, deixo registrada aqui a minha tristeza. E fica, para quem quiser, o conselho da minha mãe: nunca perca nenhuma oportunidade que tiver de fazer o bem a alguém. Se você não sabe por onde começar, ou quando, ou como, o Canto do Rio precisa de voluntários, doações e muita boavontade - que agora se escreve sem hífen.

A oportunidade está aí, aproveitem.



--> Música da semana: Sal da terra - Beto Guedes

domingo, 11 de abril de 2010

Falando Sério

É impossível ligar a televisão e ouvir as autoridades dizendo que a culpa das mortes devido ao deslizamento sejam culpa dos pobres moradores de favela. É tão comum, e fácil, colocar a culpa na população que não é assistida pelos próprios governos que as culpam pelas mortes que já carregam nas costas.
Falta de tudo - informação, saúde, segurança, saneamento básico... Falta casas e lugar para construí-las. Em cada lugar que passo só vejo construções de prédios com alguns andares e poucos apartamentos por pavimento. O preço? Dez rins e doze pulmões. No caso de Niterói, a vida de pais, filhos, tios, irmãos. Para mim, desconhecidos que morreram em uma tragédia. Mas não deixo de estar de luto. Pelos que morreram nessa tragédia e pelos que, infelizmente, irão morrer nas próximas.
Não adianta só retirar os moradores de sua casa e encaminhá-los a abrigos ou sugerir casa de parentes, ou então construir alguns condômínios de baixa renda longe dos centros de trabalho. É necessário se pensar em moradia. Barata e acessível. Afinal, não é todo patrão que concorda em pagar a passagem para o empregado.
É a vida debaixo da terra, soterrado por impostos em cima de tudo que se precisa comprar. Ou a vida em cima da terra, sem emprego, em um lugar onde nunca irão te olhar. Se já não olham quando estão amontoados em cima de morros sobre as nossas cabeças?
O que nos resta fazer? Discutir, discutir, discutir... E, no fim, encontrar solu
ções.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Calabresa neles!

Mais uma vez começou a contagem progressiva de mortos. Mais uma tragédia amplamente televisionada. Em choque me encosto no sofá, incrédula, diante da TV. Ao vivo, pessoas desesperadas, desabrigadas, desesperançosas. As autoridades pronunciam o óbvio: Se estiverem seguros não saiam de casa, se não estiverem, saiam. Pela primeira vez na história, a calamidade é na minha cidade. Niterói está debaixo de terra. Da minha varanda, segura e protegida, vejo morros desabando e helicópteros passando.
Na TV: Niterói – Ao VIVO.
E a chuva continua.
O jogo começa no Maracanã... Nunca vi um local ser limpo tão rápido! Se as autoridades usassem essa força de vontade toda para ajudar os desabrigados, convencer os moradores de área de risco a abandonar suas casas, trazer suplementos para os abrigos e escolas,.... imagina só! Ta faltando bombeiro em Niterói e nos morros do Rio, mas no Maracanã todos de prontidão para o que pode acontecer durante um jogo que não podia esperar o luto. Na platéia, meia dúzia de gatos pingados que nadaram até o estádio. Depois de 10 segundos de silêncio (suposto um minuto de respeito) e bandeiras a meio mastro, festa e futebol. Realmente! Ajudar os outros para quê se podemos assistir o jogo do Flamengo?!
Boatos de arrastão no centro de Niterói e Icaraí. Será realmente boato? Negado pela polícia, noticiado pela Globo. Ah, então foi só pânico mesmo...
Desespero por todo lado! É um fato que o perigo está nas ruas... nos morros não está mais. São pessoas pobres, desabrigadas, desesperadas. Não são bandidos! São pessoas!
Aqui estou eu, protegida na minha varanda vendo a chuva alagar mais uma vez minha cidade querida. Até agora, não vi declarações de nenhuma autoridade municipal. Afinal, cadê o Jorge Roberto Silveira? No twitter, alguém postou uma verdade: Sérgio Cabral cumpriu o que prometeu: Água e Esgoto na casa de todo mundo do RJ!

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Conversa Fiada

"This talk of liberation makes me want to go lie down under the covers 'til the terror of the unknown is gone"


Queria ser como os artistas, que conseguem falar tudo que lhes passa pela cabeça; que quando cantam, recitam, pintam, dançam, escrevem, despem-se de toda armadura que lhes protege até os cantos mais frágeis da alma. Que falam de si e de seus sentimentos sem medo ou remorso, sem esconder nada, sem temer magoar.
Já nem sei quantos textos comecei mentalmente que nunca passei para o papel - ou para a tela do computador, que seja - e que talvez hoje sejam responsáveis pelo meu grito interno de socorro que se faz ouvir estampado em meu rosto, que nunca me deixou esconder nada. Pelo menos não daqueles que me conhecem bem.
Grito pelos sentimentos que não posso externar por medo de ferir pessoas que me são tão queridas e, algumas até, essenciais. Grito pelo desejo de respirar fundo ao nascer do dia e me sentir dona de mim, me sentir livre, me sentir em paz.
Grito pelo desejo de renovar atitudes, renovar cenários, renovar a alma e grito pelo medo do desconhecido que me impede de agir. Grito pela sensação de tempo perdido. Grito por não viver meus "vinte e poucos anos".
Grito pelos mil projetos aos quais quero dar início. Grito por me enrolar só com a ideia desses mil projetos e acabar por não conseguir realizar nenhum. Grito pelo desapontamento que proporciono àqueles que depositam em mim alguma esperança. Grito pelo sentimento de impotência e fracasso.
Grito.
Mas grito para dentro, assim como quem não quer ser ouvido, como quem não quer fazer alarde, chamar atenção, ser percebido. Grito por me sabotar e seguir gritando esse grito mudo que, por não se fazer ouvir estridente e incômodo, me mantém isolada, escondida, entregue à inércia e ao sentimendo de derrota.
Grito pelo desejo de entrar em profunda catarse e pôr pra fora tudo isso que me faz gritar.



--> Música da semana: Fear of bliss - Alanis Morissette