quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Falando Sério

E mais um processo seletivo se foi. É difícil competir com pessoas que viajaram para a Somália a fim de cuidar de crianças órfãs de pais vítimas de HIV. E mais difícil ainda é entender os critérios daquela pessoa séria que senta-se a frente da roda e te pede pra falar.
- Meu nome é Matheus Zanon. Tenho 22 anos. Faço jornalismo na UFF.
- Ahan. Por que você quer estagiar aqui?
- Ah, sei lá. Tava um dia em casa, deitado, vendo televisão. Vi aquele símbolo bonitinho, piscando na minha tela. Me senti hipnotizado. Uma força maior que vinha e me dizia: “se inscreva aqui”, “nós te queremos”, “nós somos a melhor”, “você só será grande com a gente”... Como eu estava naquele estado pré-sono decidi seguir a ordem subliminar que afetava meu cérebro. Por isso estou aqui

Tudo bem. Se criatividade contasse ponto juro que respondia isso. É cansativo ouvir que “quero estagiar na melhor”. Fico imaginando o que se passa na cabeça da avaliadora. Rezando pra alguém surtar, arrancar a roupa e mandar tudo para aquele lugar. - Já fez intercâmbio?
- Conta ter saído do interior e me mudado pra cidade grande? Ah, isso pra mim é uma grande mudança. Aqui é quase um outro mundo, uai. Nem se eu fosse pra Bavária sentiria tanta diferença, tchê. (força total no sotaque pra fazer a mudança parecer maior. Se puder misturar mais de um sotaque diferente, parece mais real. Se questionado, se passe por louco).

Infelizmente não dá pra dizer tudo que rola nos processos de seleção. Vai desde de reposicionar uma loja de produtos de couro no mercado até escolher qual amiguinho a empresa deveria contratar.
São poucos minutos pra mostrar quem se é realmente. Mas talvez realmente não exista jeito mais fácil. Enquanto isso, reclamo pra tentar tornar as coisas mais engraçadas. Pelo menos até receber um sim para a próxima etapa.
E começa tudo de novo.

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“Um pequeno passo para a humanidade. Um grande passo para o homem”. Não, não estou maluco. Essa realmente não foi a frase dita por Armstrong depois de pisar na lua. Essa frase sou eu que digo depois de quatro dias sem fumar. Quatro dias sem vontade de fumar, o que é melhor.
Fiz um post há muito tempo atrás defendendo a liberdade do fumante. A minha opinião não mudou. Continuo acreditando que cada um deva fazer o que quiser. Mas também acredito que as pessoas devam ser fumantes como eu. Não fumem perto de crianças, em locais fechados e por aí vai.
Só escrevi isso para poder compartilhar a felicidade de me sentir cheiroso outra vez. Aos amigos, perdoem-me o mal humor que a cada dia se agrava, mas é por uma justa causa.

3 comentários:

Lívia disse...

"Se questionado, se passe por louco."

bom que você não precisa nem se esforçar muito, né?
uhauhahuahuahuhua...

brincadeirinha..

May Guimarães disse...

Os amigos q desculpem o seu mal humor...pimenta nos olhos dos outros eh refresco, né?

Fiuzza? disse...

Mal humor?
Nossa que gentil dizer isso...
Nem reparei diferença!
Hsauhsuahushauhsuahs