quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Falando Sério

Atchim!
Pronto. Agora sai todo mundo correndo e não continua a ler esse post! Não foi essa a minha intenção, tenham certeza. A brincadeira é para começar a falar sério sobre a gripe A. Cautela é necessário, histeria não.

Até às 18h57 de terça-feira, segundo notícia no site G1, 129 pessoas morreram em decorrência da nova gripe. Para começar, dê-se o nome ao boi. Boi não, porco: gripe suína. A síndrome gripal conhecida como Influenza A H1N1 é um vírus originário de dois outros vírus de porcos (uma recombinação genética da gripe suína norte-americana descoberta na década de 30 e da euro-asiática, conhecida em 1979). Amenizar o nome, não simplifica a doença (porém, vale lembrar que comer carne de porco não transmite a gripe).

Algumas informações são básicas para se discutir a nova pandemia.
- Existem mais de 200 vírus que podem dar gripe;
- Todo ano existem pequenas pandemias de gripe em todo mundo, principalmente no inverno;
- A gripe é uma doença respiratória aguda de alta transmissibilidade muito comum;
- Em 2002, 70 mil pessoas foram internadas com complicações de gripe. Em 2008, foram 25 mil. Esse dado é referente somente aos hospitais do SUS.

Como surgiu a gripe suína? Segundo Luiz Sérgio Keim (professor adjunto do Departamento de Medicina Clínica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense) todos os vírus da gripe tem como animal reservatório as aves aquáticas selvagens, como gansos, patos e marrecos. São animais com hábitos migratórios que, durante a viagem, param para se alimentar, normalmente em granjas de aves e porcos, onde há mais alimento disponível. Ao defecar, o vírus desses animais é transmitido aos animais domésticos e facilitam o contagio humano.
O vírus atual, conhecido como H1N1 (o mesmo tipo de vírus da gripe espanhola), é a mistura de dois outros vírus, que combinados em um terceiro animal passaram a ser transmitidos para os seres humanos. A teoria acima citada é de três pesquisadores das Universidades da Pensilvânia, Edimburgo e de Maryland. Outra característica do vírus é a presença de um genoma humano junto ao de genoma aviário e suíno.

Pouco se sabe sobre o novo vírus e suas repercussões. Tudo o que se tem é uma análise histórica de outras pandemias de síndromes gripais. No século XX, foram três grandes surtos: a gripe espanhola, a gripe asiática e a gripe de Hong Kong.

Para o mestre Luiz Keim, a gripe espanhola (que matou 40 milhões de pessoas em menos de um ano) teve três ondas epidêmicas. A primeira foi de maio a setembro de 1918, com casos brandos. De setembro a dezembro, os casos graves e as mortes foram registradas. Em um terceiro momento, em janeiro de 1919, os casos se tornaram brandos novamente, pois grande parte da população já havia contraído a doença e se imunizado.

A trajetória da gripe espanhola assusta os estudiosos e levanta a dúvida sobre a possível progressão da doença atual, porém tudo que se tem é preocupação. O Ministério da Saúde tem tomado providências consideradas corretas pelos médicos ao recomendar que se evite a ida ao hospital, a automedicação e trabalhar com a prevenção.

De acordo com as atuais recomendações do Ministério, só devem ser internados pacientes que apresentarem Síndrome Respiratória Aguda Grave e os outros casos deverão ser acompanhadas. São considerados sinais de alerta aqueles casos em que os pacientes sentem falta de ar e alteram a quantidade de vezes que respiram por minuto (em um adulto, por exemplo, o normal é 20 vezes), febre acima de 38º por mais de cinco dias, desidratação e queda no estado de consciência.

Para se prevenir, o correto é lavar regularmente as mãos com água e sabão e álcool 70%, a hidratação mantém as células da mucosa hidratadas e dificultam a multiplicação dos vírus. Além disso, uma boa alimentação é recomendada para essa e qualquer outra doença. O uso da máscara só é recomendado no caso de contato direto com um infectado, fora isso, no uso no dia a dia gera um ambiente favorável para a multiplicação do vírus. Evite ficar muito tempo em lugares fechados com aglomeração de pessoas.

Em anotações feitas pelo professor Keim, pode-se traçar comparativamente a taxa de mortalidade por Síndrome Gripal no período de 2002 a 2009 (sendo o ano atual analisado até o dia 31/07/2009)

Através do gráfico é fácil observar um pouco do pânico exacerbado. O número de óbitos no ano passado é 10 vezes maior do que o analisado até o dia 31 de julho deste ano. Porém, segundo estimativa da Organização Mundial de Saúde (OMS), dois bilhões de pessoas deverão pegar o vírus até o fim da pandemia. Até o momento ninguém sabe quantas pessoas já foram infectadas pela nova cepa e o número final nunca será conhecido, já que muitos casos são tão leves que podem passar despercebidos. De acordo com balanço da OMS, até o momento são 1.154 mortos. Além disso, 168 países de cinco continentes reportaram casos de gripe à organização.
Apesar dos números assustadores, vale mais a prevenção. Esclarecimento é o único remédio que não tem contra-indicação.

2 comentários:

melina disse...

feinha essa "montagem" que fizeram e colocaram no topo do blog heeein... uhhauhauhua so to comentando nesse post pq eh o mais recente, nada contra vc mateus.

Unknown disse...

"Atchim!
Pronto. Agora sai todo mundo correndo e não continua a ler esse post!"

Excelente!