terça-feira, 8 de setembro de 2009

Arteculando

Queridos leitores,
Como disse ha algumas semanas, ontem fez um ano que minha avó faleceu.
Foi um dia muito triste, na verdade, tenho estado muito sensível a tudo:
Um olhar...
Uma fala...
Uma lembrança...
Um vento mais forte...
Tudo me faz lembrar-la!
Não consegui nem ver o filme/desenho UP, pois a velinha morre no início do filme.
Passou muito rápido.
Muito.
Fui levar flores, acender uma vela... cantei, rezei, chorei.
Depois, quando sai do trabalho (sim, não sou mais um 'vagabundo') encontrei com Matheus no caminho e fomos para a missa, chegamos no final.
Apenas meu avô, meu tio, meu pai e minha mãe foram...
Fui pra casa e depois que todos já estavam dormindo, chorei mais... dormi.
Sonhei com ela.
Na verdade aconteceu alguns meses antes dela partir, mas me trouxe em sonho para não esquecer de como foi...

Tinha ido numa festa no Rio que só acabou de manhã, cheguei em casa as 09h de sábado. Ela já tinha levantado, tomado café e estava ao lado do telefone sentada no sofá (onde eu dormia), estava fazendo palavras cruzadas, a televisão ligada (como de costume).
"Arrumei sua cama pensando que voltava cedo"
"A peça acabou tarde e dormi na casa de Elis" (menti).
Deitei no seu colo.
"Quer que eu faça um chá? Parece cansado... ou vai tomar café? É bom para ressaca."
Ela me conhecia, sabia que tinha passado a noite em claro, que tinha bebido, apesar do efeito já ter passado ha tempos...
"Não vó, brigado. Só preciso de um cochilo, tô com sono." Ainda estava deitado no seu colo.
"Não dormiu bem na casa de Elis?" Ela me conhecia.
Olhei pra cima, me deu um sorriso e olhou docemente por cima dos seus fundos óculos. Fechou a revista com a caneta marcando em qual página tinha parado, pôs na mesinha do telefone e ficou mexendo no meu cabelo.
"Está na hora de cortar esse cabelo!" Nem estava tão grande, mas para ela, cabelo de homem é 'cabelo militar'...
Peguei sua mão, beijei e apertei contra meu peito. Fiquei acariciando a palma, ela fechou os dedos, não gostava porque fazia cócegas. Então virei e fiquei mexendo na pele enrugada do dorso da mão... Adormeci.

Acordei hoje em paz, não vou prometer que não vou mais chorar, mas por hora, a recordação me basta!

Música que me faz lembrá-la: Aonde Quer Que Eu Vá do Capital Inicial

Olhos fechados
Prá te encontrar
Não estou ao seu lado
Mas posso sonhar
Aonde quer que eu vá
Levo você no olhar
Aonde quer que eu vá...

Não sei bem certo
Se é só ilusão
Se é você já perto
Se é intuição
E aonde quer que eu vá
Levo você no olhar
Aonde quer que eu vá
Aonde quer que eu vá...

Longe daqui
Longe de tudo
Meus sonhos vão te buscar
Volta prá mim
Vem pro meu mundo
Eu sempre vou te esperar...


Espero que tenham gostado, bjs e téterça!

Um comentário:

Lívia disse...

os sonhos são a melhor forma de manter contato...